De acordo com a agência de notícias Ahl al-Bayt (AS) - Abna -Trata-se do menor palestino, identificado como Walid Jaled Abdula Ahmad, um residente da cidade de Silwad, que, segundo informou na quinta-feira a ONG Defesa Internacional de Crianças-Palestina (DCIP, na sigla em inglês), morreu na prisão de Megiddo no final de março.
De acordo com o relatório, Ahmad morreu devido a sintomas provavelmente causados por "inanição, desidratação por diarreia induzida por colite e complicações infecciosas, tudo agravado pela desnutrição prolongada e pela negação de uma intervenção médica que teria salvado sua vida".
A autópsia revela uma acumulação considerável de ar nas cavidades torácica e abdominal de Ahmad, o que, conforme indicado pela DCIP, "provavelmente foi causado por um trauma fechado". Além disso, há sinais de inflamação que podem estar relacionados a uma infecção.
Além disso, confirma a presença de edema e congestão no intestino grosso, indicativos de uma lesão traumática, que podem ser atribuídos às agressões sofridas pelas mãos dos guardas israelenses.
O exame, realizado no Instituto Forense Abu Kabir de Tel Aviv, revelou que Ahmad sofria de desnutrição extrema, provavelmente prolongada, e que poderia ter inflamação no cólon, o que lhe causou diarreia e desidratação recorrentes. Além disso, foi descoberta uma laceração no pescoço.
De acordo com o pai de Ahmad, as autoridades israelenses submeteram o adolescente palestino a "agressões, inanição e negligência médica durante o tempo em que esteve detido".
"Um relatório da autópsia mostrou que ele havia perdido muito peso, desenvolvido sarna e infecções, e havia ficado inconsciente antes de morrer", declarou, acrescentando: "Israel está matando deliberadamente crianças detidas".
Ahmad não tinha problemas de saúde prévios. Deixaram-no sem comida, sem tratamento e, por fim, o assassinaram, afirmou.
Acrescentou que a morte de Ahmad poderia ter sido evitada, se ele tivesse recebido atendimento médico e alimentação adequados.
Reações no Brasil após a morte de um compatriota
O jovem de 17 anos também era cidadão brasileiro, o que levou a funcionários e organizações civis do Brasil a acompanhar de perto seu caso.
A Federação Árabe Palestina de Brasil (Fepal) afirmou em um comunicado que a morte de Ahmad Walid na prisão israelense de Megiddo torna "completamente insustentável" manter as relações diplomáticas entre Brasil e Israel.
"Talvez seja hora de o chanceler [brasileiro] Mauro Vieira revisar a declaração muito branda que fez em 23 de outubro de 2024, quando disse que romper os laços com os genocidas de Tel Aviv 'não estava sob consideração'", diz o comunicado da Fepal.
A Fepal enfatizou que o tempo da diplomacia foi "enterrado" por Israel e exigiu que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, adote uma nova postura diante do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
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